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Análise

King’s Raid: Ishi wo Tsugumono-tachi | Primeiras impressões

King’s Raid começa MUITO bem, pena que em pouquíssimo tempo ele mostra sua verdadeira face

Em nossas RegrasDe3, os autores assistem os 3 primeiros episódios de um anime novo lançado na respectiva temporada. Após isso, eles escrevem uma análise sobre esse começo da obra, sendo uma espécie de primeiras impressões. Fique atento: a RegraDe3 é uma visão baseada APENAS nesses 3 primeiros episódios, NÃO sobre o anime inteiro.

13 minutos para leitura

Me assustei ao ver a nota de King’s Raid: Ishi wo Tsugumono-tachi no MyAnimeList depois de ter assistido o primeiro episódio do anime. Afinal, eu GOSTEI de verdade desses primeiros 20 minutos. Mas tudo fez sentido logo que assisti os 2 episódios seguintes…

Assim como Sword Art Online foi, para mim, de 1000 a zero em 24 episódios, King’s Raid foi de 1000 (ok, talvez um 100, não 1000) a zero também. Só que em 3 episódios.

Farei essa RegraDe3 num formato um pouco diferente, então, espero que curtam. Ademais, adiciono que precisarei dar alguns mini-spoilers para justificar alguns dos meus pontos.

Nada demais, porque, apesar de eu realmente prefiro que você não perca o seu tempo com King’s Raid: Ishi wo Tsugumono-tachi, eu prefiro não estragar a experiência de quem curte ver anime ruim.

visual de kings raid

O primeiro episódio de King’s Raid é, de fato, bom

Mais uma vez estamos num mundo de fantasia, acompanhando a história de um honroso e esforçado protagonista em sua jornada para se tornar alguém forte o suficiente para proteger seus entes queridos.

Perdão, na verdade, Kasel, nosso herói, quer proteger todo mundo. É um tanto quanto ambicioso, porém, nada demais até então. Só mais do mesmo.

Os designs de personagem também não chamam atenção, apesar de serem bem feitos. Novamente, mais do mesmo.

O que me chamou atenção nesse começo, contudo, foi a narrativa não expositiva de King’s Raid. Sério, quando eu vi os designs, a sinopse e os trailers, eu esperava que estaríamos em mais um anime fantasioso genérico. E estaria tudo bem para qualquer pessoa que, DIFERENTE DE MIM, ainda não está saturada desse tipo de temática.

Porém, como antes mencionado, o roteiro não tem nem um pouco de pressa para cuspir tudo na nossa cara.

Uma narrativa interessante!

Ele nos entrega personagens misteriosos, que aparentam serem cinzentos (dentro do que é possível se fazer com 1 episódio) e, ao mesmo tempo, parece prometer uma história bacana, com todo aquele lance da guerra dos 100 anos atrás.

Temos cavaleiros treinando, nobres discutindo (e sendo otários, como sempre), e temos uma nova ameaça surgindo: demônios que repentinamente apareceram novamente nos arredores da cidade.

Perceberam como eu citei a guerra de 100 anos, mas não soou estranho? Ou, sobre o uso da palavra “novamente”, indicando que isso já aconteceu no passado, mas por um tempo os ataques cessaram, e agora, por motivos misteriosos, voltaram a acontecer?

Pois é. Os diálogos funcionam mais ou menos dessa forma no primeiro episódio, o que deixa tudo mais rico e interessante.

Enquanto isso, temos cenas que mostram que o Rei está (como sempre) doente e acamado, mas isso não nos é apresentado por um personagem que entra em cena e berra: O REI ESTÁ DOENTE!!!!

A nobreza conflita em como resolver os problemas, e o motivo, apesar de ser óbvio para eles (raiva), para nós, não é. Afinal, de onde vem essa raiva? O que motiva eles a serem tão teimosos? Isso intriga.

Ao mesmo tempo, sabemos que os cavaleiros enviados para resolver o novo perigo vão sobreviver.

Ou… Será que não vão?

Nesse primeiro episódio, King’s Raid realmente dá a impressão de ser um anime previsível. Mas isso só se levar em consideração os OUTROS animes que já existem que trazem essa temática.

Ademais, existem momentos onde a direção sabiamente conseguiu elevar a tensão do telespectador. A ausência de trilha sonora em momentos chave, por exemplo, quando o protagonista se pergunta se seu amigo de infância, um poderoso cavaleiro que fora enviado para combater a nova ameaça, sairia realmente vivo da missão.

O episódio 2, contudo…

Bem, o episódio 2 começa interessante, pois inicia já com uma grande tensão deixada pelo final do primeiro (ótimo) episódio.

Só que os problemas começam a surgir.

Os combates são legais e realmente passam a sensação de perigo, tipo os que temos em Goblin Slayer. Digo, parece que realmente podemos ver gente morrendo aqui, mesmo que a ameaça não seja algo grandioso. Ou pelo menos, não aparenta ser.

E isso é bacana, pois mostra que nosso protagonista, apesar de ser Ô protagonista, ainda tem muito a aprender. Ele falha. E falha feio.

Ah, aliás, é óbvio que ele foi até a floresta tentar ajudar o amigo dele, ok? Não falei, mas acho que estava na cara, né?

Enfim, durante esse momento de tensão, BOOM, o segundo núcleo de personagens chega para “ajudar”, os elfos negros (que possuem A ENDING INTEIRA dedicada a eles, o que indica que serão importantes na série KKKK’).

Só que, logo após isso, o protagonista cai em desespero com relação a seu amigo desaparecido, e, ao mesmo tempo, em desapontamento consigo mesmo, pois ele, sozinho, não fora capaz de fazer nada. Nem de matar os esqueletos, nem de derrotar a bruxa das trevas gostosona (sempre tem que ter, né?).

Até aí, show. Tudo ainda fluía até que bem. Até que…

“Kasel, você é idiota? Ou só um personagem mal escrito?”

Dois personagens aparecem, do nada, LITERALMENTE, e falam para Kasel e sua amiga sacerdotisa (que fora até a floresta com ele) para seguirem eles.

E sabe o que Kasel faz? ELE OS SEGUE.

Contexto: ele estava no meio da floresta, derrotado, se sentindo impotente, seu melhor amigo (eu acho que é, sei lá) estava DESAPARECIDO AINDA, ou seja, Kasel, que imprudentemente fora até a floresta arriscando sua vida e de sua amiga, simplesmente deixa isso de lado, e resolve seguir dois estranhos. Por quê? Porque sim. E é isso.

gintoki de gintama tomando cerveja
Minha reação

Ou seja, toda sua convicção, tudo que ele falou, tudo que ele fez até agora, parece ter significado ZERO. Ele até fala sobre estar preocupado com seu colega, mas isso só depois de os dois personagens estranhos OS LEVAREM PARA UM LUGAR COMPLETAMENTE ALEATÓRIO E DESCONHECIDO.

Os protagonistas simplesmente VÃO atrás deles. Ignorando qualquer bom senso que qualquer ser humano teria.

Deve ser só porque um dos estranhos é essa menina abaixo, e ela é linda. Isso sou obrigado a admitir.

maga de cabelo rosa do anime

Logo que chegam nesse novo local, completamente desconhecido, guiados por 2 estranhos, Kasel e Frey [a sacerdotisa] descobrem que, na verdade, foram convocados ali por um mago super foda que os visitava quando crianças. Só que aqui, agora, nada mais está coeso.

frey de kings raid
Essa é a Frey

Afinal, eu deveria saber disso? Deveria me surpreender? Ou só tenho que aceitar essas coisas? Toda aquela narrativa que se desenvolveu organicamente agora começa a elevar seu ritmo, e, mesmo que não se torne completamente expositiva, tá na hora de explicar pelo menos algumas coisas, King’s Raid-san.

E o roteiro faz isso. Só que esse é justamente o problema.

Entramos, então, no aterrorizador episódio 3 de King’s Raid

É aqui que, de fato, eu já fiz a nota mental que eu iria dropar King’s Raid: Ishi wo Tsugumono-tachi. A mudança da narrativa já havia me decepcionado, mas eu não achei que até a história fosse ir para onde foi.

Revelações e revelações clichês pra cacete atrás uma da outra. Temos, claro, a ESPADA SALVADORA DE TUDO, novamente, temos também o famoso REI DEMÔNIO, e ainda temos uma DEUSA DA LUA que aparentemente é super cultuada pelos cidadãos, mas até agora não havia sido sequer MENCIONADA.

Kasel aparentemente é MUITO mais especial do que aparentava, o que o transforma, numa virada apressada, de protagonista que vamos acompanhar e admirar por esforço, por “o escolhido!!!”.

Além disso, todas essas informações são passadas a nós por meio de flashbacks e diálogos completamente expositivos, onde só informações e mais informações são cuspidas para nós.

Não há identificação. Não há empatia. Nada! Não há NADA! Me senti abrindo uma página da Wikipédia e lendo muito rápido, sem me importar aos detalhes ou a lógica das coisas.

Sério, decepção total. Me desconectei completamente da história, parei de admirar a narrativa, e aí, os personagens com designs genéricos com motivações e personalidades genéricas se acentuaram demais. Afinal, todos os pontos positivos que colhi foram pisoteados pelo clichê chato e desinteressante que King’s Raid virou.

Nota para quem viu o anime: de longe, a parte mais sem noção foi terem ADORMECIDO a mãe do Kasel para que pudessem ter ele “no futuro” para empunhar novamente a espada. Só que os INCOMPETENTES deixaram ela MORRER, cara. Puta merda, eim.

Finalizando as primeiras impressões de King’s Raid: Ishi wo Tsugumono-tachi

Depois de ver os 3 primeiros episódios, consegui entender o 5,95 que o anime conquistou no MyAnimeList.

Como falamos direto lá pelo CúpulaCast, pra obra tirar menos que 7 em votação POPULAR, onde QUALQUER UM pode ir ali e dar um 10, simplesmente porque sim, ainda mais com uma temática genérica que por algum motivo agrada tanta gente… Olha, não é qualquer obra que consegue.

Arrisco dizer que se o episódio 1 não fosse tão bom, ou seja, fosse ruim como os outros 2, o anime teria uma nota MELHOR. Porque assim, King’s Raid não quebraria a expectativa de ninguém.

Em outras palavras, dessa forma, ele teria se vendido como ruim, começado ruim, e permanecido ruim.

Quando falo “ruim”, leiam algo como: desinteressante PARA MIM, chato PARA MIM e, principalmente, quebrador da MINHA expectativa. Acho tosco ter que reforçar isso toda vez, mas as vezes tem gente que apela aí nos comentários…

A parte mais engraçada é que eu provavelmente vou ver esse anime até o final. Ou pelo menos vou tentar. Não vou ver semanalmente, porque isso me tiraria do sério, mas provavelmente quando acabar vou ver até o final.

Vou mais pela experiência de ver algo que já sei que é ruim, e ver se tudo se manterá como está. Nem de perto espero que volte a ficar bacana como foi o primeiro episódio, pois os erros já cometidos não são mais ajustáveis.

Por fim, contemplem o incrível design super original do Kasel, do amigo dele, e do antigo rei:

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Escrito por

André Uggioni

Co-Fundador

Host do CúpulaCast

Criciúma - SC

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